"Esta mochila acompanhou-me em todas as minhas expedições, da Antártida ao Alasca, Svalbard, Chile e Vanuatu. Carregou todo o meu equipamento em situações muito difíceis como a travessia do Drake onde enfrentei ondulações de 10 metros numa viagem de barco de 5 dias, a viagem de exploração da selva do Vanuatu e do seu vulcão, e a travessia de 200 km da massa da gelo da ilha de Svalbard em condições de -30 graus... Podemos dizer que esta mochila tem um lugar especial na minha memória."

"Este casaco subiu o Grand Capucin comigo, quando percorri a Voie Petit. A esta altitude é considerada uma das rotas mais difíceis na Europa. Na noite em que completámos metade do percurso dormi no meu saco-cama com o casaco vestido, num espaço minúsculo com 80 cm. Não tinha energia suficiente para o despir. Superámos esta noite dura e chegámos ao pico no dia seguinte."

"Escolhi este casaco para a primeira subida da fachada oeste a 2700 metros de altitude do Cerro Piergiorgio na Patagónia. Uma parede branca e aparentemente sem características marcantes, com a mesma altura que a lendária El Capitan. O desgosto de alcançar o topo da montanha durante a noite e de não poder ver a paisagem eclipsou-se com a alegria de ter conquistado esta escalada perigosa e desafiante."

"Este casaco acompanhou-me numa expedição de um mês à Antártica. O objetivo era completar o máximo número possível de subidas do maciço Wolf Jaw. Algo completamente novo para mim. O maior desafio é lidar com o frio perigoso, viver num glaciar e escalar com botas de esqui. É espantoso, uma aventura que te enche de novidade. Melhor que isto só uma viagem a Marte."

"Esta mochila acompanhou-me na expedição Nanga Parbat (8126 m)." O pico, a 8000 metros de altura, é conhecido como "montanha assassina". Aos 7200 metros as condições tornaram-se demasiado perigosas para continuar, a combinação do frio e vento extremos obrigaram-nos a voltar para trás. Ficamos desiludidos, mas jurámos quase instantaneamente que um dia íamos alcançar o topo. A mochila inclui um número que significa Nanga Parbat, como tributo."

“Nanga Parbat. 8000 m. Estava completamente sozinha. O vento gelado soprou sem parar durante 10 horas. Chegou o momento de tomar uma decisão: Se continuar até ao topo nunca mais vou ver a minha família. Sabia que era uma situação de risco por isso decidi parar e descer. Apesar de difícil, esta decisão deu-me imensa força e motivação. E este casaco tornou-se no símbolo desta situação."

"Este casaco fez-me companhia na Antártica. Subimos a Ulvetanna (2930 metros) com temperaturas de -30 graus Celsius. A superfície rochosa deste percurso é particularmente abrasiva. Assumimos que rochas afiadas eram sólidas, mas estávamos errados. De vez em quando, enquanto tremia devido ao frio, pensava no pior dos cenários. O que vamos fazer se... deixarmos cair uma corda? Se a corda se cortar? Estas coisas mantêm-te alerta, mas não deves permitir que te bloqueiem. É motivação extra para continuar em frente."

"Esta mochila acompanhou-me em muitas aventuras. É muito versátil e carreguei-a em muitas escaladas. A mais memorável foi a subida da Punta Giradili, um penhasco com vista para a costa marítima da Sardenha. Um segredo de escalada magnífico com rotas estabelecidas em 2006. Completámos ambas no mesmo dia. Onze longas horas de paisagens espantosas e secções difíceis, sempre em escalada livre."